Esperando cariocas em um bar

Talvez o texto não pareça tão engraçado agora para meus sete ou oito leitores (estou progredindo, era meia dúzia!), entretanto, será para as duas amigas com quem marquei um chopp no último sábado do ano.

Vamos chamá-las de Amiga 1 e Amiga 2.

A foto que ilustra a crônica é do meu segundo chopp, dado que, ao tomar o primeiro assim que cheguei, às 20h, supus que logo a Amiga 1 chegaria.

Eu estava na Rua Nelson Mandela, em Botafogo.

Vinte minutos depois, penso: tomo o segundo chopp? Para onde eu olho para disfarçar? Percebo uma banca de jornal bastante iluminada do outro lado da praça. Porém, olhar fixamente para a banca me daria um ar de lunática, então olhei em volta. Ao lado da minha mesa, havia casais jovens. Em frente, havia dois homens na minha faixa etária. Não, não eram interessantes.

Olhei para a banca de jornal pela milésima vez, já estava apagada e fechada. Olhei paro o céu de novo para avaliar se choveria.

De volta à foto: ao lado do chopp está o guardanapo com o rascunho dessa crônica, a solução perfeita para passar o tempo.

Começam a pipocar mensagens em meu celular às 20h45. Amiga 1 pedindo desculpas pelo atraso, mas estava a caminho. A Amiga 2, que até então não havia dado certeza que iria, avisou que também estava a caminho.

A essas alturas, a crônica estava fluindo e comecei a me divertir com a situação.

Preciso esclarecer a vocês que este texto não é o mesmo escrito no guardanapo porque não consigo ler o que escrevi nele. De noite + pouca luz + pouca vista = hieroglifos!

Entre as mensagens e a escrita da crônica, peço o terceiro chopp. Vejo que chegou o terceiro mosqueteiro da mesa dos homens não interessantes. Ele também percebeu minha presença e ficava virando o pescoço para me olhar!

A situação do homem quase quebrando o pescoço para me observar + o terceiro chopp = vontade de rir!

Mas, se o fizesse, ele pensaria que eu estava dando confiança! E isso tornou a situação mais engraçada e quase desesperadora, pois já estava com vontade de ir ao banheiro.

Contei para as amigas por mensagens e elas, agoniadas, disseram que já estavam chegando.

As 21h15, elas chegaram uma seguida da outra. Queriam conversar, mas eu precisava ir ao banheiro!

Deu tudo certo, rimos muito de tudo e a noite foi ótima.

Por fim, eu concluo que, marcar com cariocas é sempre uma aventura e que, da próxima vez, antes de sair de casa, vou perguntar: tá saindo, posso sair de casa?