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Foto 1 |
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Foto 2 |
Sim, vocês estão vendo uma caneta dentro da garrafa de vinho na foto 1. Posso provar que é uma caneta porque ela está na função de caneta na foto 2.
Na verdade, a história começa na foto 2 com a caneta e o caderno com capa de Bradd Pitt. Hospedei-me quatro dias em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, para passear e para produzir meu sexto livro. Logo, durante o dia, eu passeava por esta bela cidade e, à noite, eu produzia textos e desenhos.
Desse modo, para não ter que sair novamente à noite, antes de
voltar ao hotel, comprava suprimentos de comer e beber, incluindo um vinho pequeno
com tampa de rosca (informação importante para justificar a foto 1).
O plano funcionou bem no começo, mas o vinho acabou na
segunda noite. Sem problemas, afinal Petrópolis é uma cidade grande, tem
mercados e é claro que encontrei mais suprimentos, incluindo um vinho pequeno sem
tampa de rosca.
Ao chegar no hotel com as sacolas de compras, percebi que a
garrafa era de rolha. E garrafas de rolha são abertas por saca-rolhas. Certo? Errado
no meu caso que fiquei com preguiça de ir até a recepção perguntar se o hotel
teria um saca-rolhas para me emprestar. E olha que o recepcionista era
simpático! Entretanto, nem a simpatia dele convenceu minha preguiça de sair do
quarto.
Eu deveria ter guardado o vinho na mala para beber quando
voltasse para casa, no Rio de Janeiro, mas a mala ficaria pesada. Aqui entra a
teimosia ao tentar abrir o vinho de qualquer maneira.
Primeiro tentei enfiar a chave de minha casa na rolha para
puxá-la. Porém, isso poderia quebrar a chave e eu não teria como entrar em casa
quando voltasse.
O plano seguinte foi usar a caneta na função empurra-rolha
para enfiar a bendita garrafa adentro. Fiquei um bom tempo nesse processo dividida
entre a preguiça de descer até a recepção e a teimosia de abrir o vinho.
Para proteger a garrafa de uma possível queda, eu a enrolei
na toalha do hotel. O rapaz simpático da recepção vai me praguejar agora, pois,
assim que a rolha foi totalmente empurrada, o liquido precioso saiu e manchou
a toalha branquinha.
Não agi rápido para segurar a caneta antes que ela entrasse
junto com a rolha dentro da garrafa. Entretanto, fui ágil para lavar a toalha
na pia e tirar as manchas de vinho!
Entre a euforia de ter conseguido liberado o precioso
líquido e o nojinho de bebê-lo com uma caneta dentro, prevaleceu a primeira
emoção.
Bebi vinho nas noites de eremita escritora produzindo os
textos do sexto livro e desenhando as caricaturas que farão parte dele. E,
depois da saga preguiça-teimosia, tive ideia de escrever essa crônica!
Caso meus seis ou sete leitores estejam curiosos, durante o
dia eu andei pelas ruas e almocei com os primos que moram lá. Mas obviamente
também fiz amigos aleatórios e interagi com os motoristas (temas de crônicas anteriores),
dentre os quais havia um ex cantor do Coral Canarinho de Petrópolis*.
Ah, no ônibus da ida, conheci um moço voador com ótimas
histórias. Comentei que eu era escritora e que ele era um candidato a
personagem. Não terá contexto no sexto livro, mas quem sabe no próximo?!
* O Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis administra
a educação de crianças e jovens, dos 8 aos 18 anos de idade, através do Curso
de Aprendizes e dos corais Canarinhos de Petrópolis, Meninas dos Canarinhos de
Petrópolis e Coro de Câmara
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