Agonias de uma reforma (boas de contar e ruins de passar) // Agonies of a renovation (good to tell and bad to pass)

foto 1

Como diria Ariano Suassuna, “tudo o que é ruim de passar é bom de contar, e tudo o que é bom de passar é ruim de contar”. Logo, para me inspirar a escrever essa crônica, conto as agonias da reforma de meu apartamento, realizada em maio de 2022.

A primeira agonia é esperar pelo projeto da arquiteta, pois o prazo parece uma eternidade. Não é uma crítica a ela, é uma constatação da minha ansiedade.

Projeto aprovado, vem a segunda agonia: tenho dinheiro para executar esse maravilhoso projeto? Contas feitas, o dinheiro vai dar se eu vender meu rim! Brincadeiras à parte, é o tal dinheiro que você gasta uma única vez e fica feliz para sempre (até ter vontade de mudar tudo de novo, caso esqueça do quanto gastou e dos perrengues que passou).

A reforma incluiu a troca do piso e, para me despedir dele, fiz uma festa (foto 1)! A festa da despedida do chão teve até playlist composta por músicas escolhidas pelos convidados, cada um com direito a incluir cinco (foto 2).

foto 2

Começou a obra, saí de casa e fui para um Airbnb no meu bairro por um mês, prazo prometido para a execução da reforma.

Agora, a pior das agonias: a cozinha do apartamento alugado estava infestada de baratas e é claro que elas também saçaricavam por outros cômodos. Até a p0rr@ da administradora mandar dedetizar o apartamento, dormi as duas primeiras noites com a luz acesa. Eu tinha a esperança de que as ditas tivessem aprendido na escolinha das baratinhas que “gente em casa com luz acesa é perigoso para elas, pois é mais fácil achar um chinelo ou um inseticida”.

Segunda pior agonia: apartamento dedetizado, limpeza diária (eu disse diária) das baratas mortas. Fazia parte da minha rotina ir para a cozinha de manhã fazer o café, xingar todas as gerações da administradora, varrer as defuntas, trabalhar, sair para almoçar na rua e comprar o lanche da noite, trabalhar, xingar e assim por diante.

Quatro semanas de xinga e varre, a obra acabou e voltei para meu lindo apartamento reformado (foto 3). Não vou contar muito sobre a parte boa para não entediar vocês, entretanto, como legítima sagitariana (leia-se festeira), fiz a festa de boas-vindas do chão novo (foto 4).


 

foto 4
foto 3

 

 

 

OBS.: Ariano Vilar Suassuna - escritor, dramaturgo, romancista, poeta, artista plástico, professor, advogado e palestrante brasileiro; Perrengue - refere-se a uma situação de dificuldade ou aborrecimento;  Saçaricar (ou sassaricar) - divertir-se muito, sacudir o corpo, saracotear.

 =========================================

Agonies of a renovation (good to tell and bad to pass)

 

As Ariano Suassuna would say, “everything that is bad to pass is good to tell, and everything that is good to pass is bad to tell”. Therefore, to inspire me to write this chronicle, I speak first of the agonies of renovating my apartment.

The first agony is waiting for the architect's project, as the deadline seems like an eternity. It's not a criticism of her, it's a statement of my anxiety.

Project approved, comes the second agony: do I have the money to carry out this wonderful project?

After all, the money will come if I sell my kidney! Jokes aside, it's that kind of money you spend just once and you're happy forever (until you want to change it all over again, in case you forget how much you spent and the hassles you've been through).

The reform included changing the floor and, to say goodbye to it, I had a party (photo 1)! The "goodbye party" of the floor even had a playlist composed of five songs chosen by each of the guests (photo 2).

The renovation began, I left home and went to an AirbnB in my neighborhood for a month, the deadline for the work.

Now, the worst agony: the apartment's kitchen was infested with cockroaches and of course they also roamed around in other rooms. Until the administrator ordered the apartment to be fumigated, I slept the first two nights with the light on. I had hoped that the they had learned at the cockroach school that “people at home with the light on are dangerous for them, as it is easier to find a slipper or an insecticide”.

Second worst agony: fumigated apartment, daily cleaning (I said daily) of dead cockroaches. It was part of my routine to go to the kitchen in the morning to make coffee, to curse all the generations of the administrator, to sweep up the dead, to go to work, go out for lunch in the street and buy the evening snack, to work, to curse and so on.

Four weeks of cursing and sweeping, the renovation was over and I went back to my beautiful renovated apartment (photo 3). I won't say much about the good part so as not to bore you, however, as a true Sagittarius (read: party girl), I threw a welcome party to the new floor (photo 4).

OBS.: Ariano Vilar Suassuna - writer, playwright, novelist, poet, artist, professor, lawyer and Brazilian speaker; “Perrengue” - refers to a situation of difficulty or hassles; Saçaricar (ou sassaricar) - having a lot of fun, shaking the body, dancing.

 



Comentários

  1. Quando vira a próxima reforma? Rs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quando eu ganhar na loteria, eu acho... ou quando o preço do rim for vantajoso... kkkkk

      Excluir

Postar um comentário

Deixe seu comentário, dica ou sugestão. Leave your comment, tip or suggestion.