Nice e Arredores – abril de 2017

Passar uma semana sozinha em Nice, no sul da França, explorando as cidades próximas de trem foi, no mínimo, desafiante. Afinal, não falo francês fluentemente (arranho e entendo um pouco), não sou boa em mapas (nunca sei em qual lado do mapa estou) e não gosto de frio (amanhecia 9 e ‘esquentava’ durante o dia para 12 graus C). Foi ruim? Não. Foi a melhor viagem da minha vida? Também não. Mas valeu a pena? Claro que sim!
Vamos às dicas e ao roteiro escolhido:

Dia 1 – localizar-me no mapa (risos) e achar a estação ferroviária. Etapa concluída com sucesso! Há um quioscão para informações turísticas em frente à estação e a pessoa que me atendeu foi ótima (para o padrão de simpatia do sul da França). Eu disse que estaria em Nice por uma semana e que gostaria de visitar três cidades nos arredores e ela me forneceu TODOS os horários dos trens, além de falar das opções via ônibus. Após o sucesso da empreitada, almocei feliz e fui andar um pouco pela cidade e tirar as primeiras fotos. Depois fui achar o ponto de partida do meu querido ônibus turístico hop on hop off. Eu já disse em outro texto que o adoro. É verdade! Ele tem o fone de ouvido para você ouvir a história da cidade e de cada ponto em que ele para, além de te ajudar a se localizar (fundamental...).

Dia 2 - A organização na Europa sempre me deixa surpresa e feliz, pois o horário que o trem sai é exatamente o que está no papel. 


Se está escrito 9h16 no papel, o trem sairá nesse horário. Um espetáculo para uma tupiniquim enrolada com horários, pois, se perdesse esse, pegaria o trem de 9h29 ou o de 10h06 e por aí vai. Outra vantagem do trem é que você pode descer numa estação, visitar uma cidade e seguir no próximo com o mesmo bilhete. Desci rapidamente em Èze Sur Mer para tirar umas fotos da praia, mas não me animei a subir as ladeiras para o centro, pois não sabia se iria andar muito e queria me poupar para o destino escolhido: Principado de Mônaco.

É muito lindinho, mas não cometa os erros que cometi. Saindo da estação fui ao Centro de Turismo (certo) para pegar o mapa da cidade e visitar os locais mais importantes em apenas um dia. A atendente perguntou se eu iria a pé ou de ônibus: “Ora, adoro andar! (errado). Então, tá, vá em tal direção”. Gente, andar é uma coisa, subir muitas ladeiras é outra. Pegue o ônibus, ok?!?! Depois de subir horrores, cheguei ao Palácio do Príncipe de Mônaco e fiz a visita com o áudio-guia (certo). O palácio real fica na parte antiga da cidade, o que valeu a subida, e almoçar por lá também foi muito agradável. No entorno dessa região há as queridas lojinhas de quinquilharias. Dali, desci a ladeira e, para ganhar tempo, achei que o trenzinho turístico seria uma boa opção para ver mais coisas sem andar muito (errado). Ele não é baratinho, o trajeto é curto (foi ao Palácio ladeira acima) e passa longe do Casino, o que significa nenhuma foto boa. Ufa! Pelo menos, passei pertinho da estrutura do Circuito de Fórmula 1. Não satisfeita, ao final do trajeto do trenzinho, peguei o ônibus normal (urbano, certo e ótimo) e desci perto do lindo e glamoroso Casino. Você pode entrar e visitar o hall apenas, pois as salas dos jogos têm acesso restrito. Para ir à estação ferroviária para voltar a Nice, fui de ônibus (muito certo).

Dia 3 – Fui a Cannes de ônibus para ver como seria. Apesar de muito barato (1,50 Euro) o trajeto leva duas horas, o que tira a vantagem do preço. O trem na volta custou sete Euros. Entretanto, se você tem espirito de antropólogo o ônibus é interessante sim. Ele para duzentas vezes e o entra e sai de gente acaba te distraindo. Cannes, assim como Nice e Mônaco, tem uma parte antiga mais ao alto – lá fui eu subir ladeira novamente – e a parte onde fica o porto e os barcos – e isso sempre rende boas fotos. Igualmente lindinha, a parte antiga vale a subida e, no topo, há uma igreja. Vi um trenzinho turístico, mas resisti à tentação de embarcar. Após explorar a parte antiga, rumei para o famoso Palácio do Festival de Cinema de Cannes. Ora, ora, ora. Eu já tinha lido em outros blogs que a decepção é fatal porque o teatro não tem nada de mais. Mas cada um se decepciona da maneira que quiser e lá fui eu tirar minha foto com o tapete vermelho ao fundo. Dali, não havia muito mais o que ver e voltei de trem para Nice.

Dia 4 – A programação inicial era conhecer a famosa praia de Saint Tropez, porém chovia horrores e seria uma longa viagem: uma hora de trem até a cidade Saint Raphael mais uma hora e meia de ônibus local, ou meia hora de barco. 
Mudei o roteiro para Antibes
Nunca tinha ouvido falar, mas como precisava ter um plano B, coloquei no Google “o que fazer nos arredores de Nice” e, após ler vários blogs de viagens, achei essa dica. Cerejinha fofinha no bolo. Ela tem a mesma estrutura das outras já citadas – parte antiga no alto e porto – mas é tão charmosa! Ela tem muralhas perto das quais há ateliês de arte e é cheia de lojinhas lindinhas com o artesanato e os produtos de Provença (ervas, lavanda etc.). O Mercado Provençal é um deleite para os olhos e uma tentação ao paladar... É muito charme para um lugar só. 

Ainda há o Museu Picasso, que fica no alto de uma ladeira, o que rende muitas fotos boas. Muitas obras bacanas do artista, especialmente esculturas ao ar livre.


Dia 5 – Nice – passei mal. Só isso. A chuva e o frio do dia anterior me deixaram com enxaqueca de sinusite. Uma lástima, pois seria o dia de visitar museus. E não são poucos em Nice, veja na foto. Compensei no dia seguinte visitando unzinho no sexto e último dia em Nice. Mais uma rodada de hop on hop off com a única parada no Museu Matisse. Muito bom. 

Certamente quero voltar à Nice para explorar mais a parte cultural e mais certo ainda é voltar a Antibes em época menos congelante.

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