Jurema, Eufrásia e eu na cozinha de Lalita


- Como assim só 3 refeições? Vou morrer de fome!!!!
- Ah, acho que não, que exagero, Jurema!
- Sim, vamos morrer de inanição!
- Ok, ok, vamos levar barrinhas de cereal e biscoitinhos.

E assim, fomos passar o Carnaval no Retiro Vraja, em Teresópolis, com comida vegetariana e a programação de 3 refeições diárias.

Chegamos sexta à noite e, sem querer, deixei escapar “estou com fome”... O Lila, que me conduzia ao meu quarto, ouviu e disse que o jantar já seria servido. Sorri amarelo. Quando a porta do restaurante abriu para os hóspedes, Lalita, a chef de cozinha, logo perguntou:

- Quem é o esfomeado?
- Ops! Fui dedurada! Sou eu, confesso...
- Viu, Jurema, é cada vergonha que passo – xinguei-a mentalmente.

Rimos bastante da situação, afinal era o primeiro dia, e durante os 5 dias deu tudo certo no “Almaval” (ou zen carnaval). Não morremos de fome e, sim, o lanchinho foi consumido entre uma refeição e outra.

Ainda não apresentei Jurema. Ela é legal, mas me faz passar esse tipo vergonha! Ela está sempre com fome e me obriga a levar lanchinhos para todo o canto.

Jurema é minha lombriga. Não tinha falado dela porque Eufrásia*, a gorda que me habita, me toma muito tempo por causa da eterna dieta colesterol/triglicerídeos, da queda de braço vou/não vou para a academia, das tentativas de cozinhar etc.


A comida vegetariana feita pela Lalita é maravilhosa e, quando soube que ela dava curso de culinária, já fiquei na fila.

Agora em junho voltei a Vraja para fazer o curso munida com os comestíveis de Jurema, a disposição de Eufrásia para que as taxas permaneçam boas e minha eterna vontade de aprender a cozinhar.

Na sexta, já começamos a pilotar o fogão, fazendo o jantar. Sopa de abóbora, quiche de abobrinha e um doce para o dia seguinte.

Tudo ia muito bem até Jurema perceber que a caixinha de leite condensado estava ali pertinho com o restinho ao nosso alcance. Nos aproximamos sorrateiramente da caixinha e colocamos o dedo mindinho no doce para lamber.

- Isso é muito pouco, pega logo a espátula e lambe – me induziu Jurema.
- Larga isso! Não pode ficar comendo durante a aula! – ralhou Lalita.
- Tá vendo, sua doida?! Mais uma vergonha! – Eufrásia xingou Jurema.
- Calem a boca, suas gulosas! – botei ordem no barraco Eufrásia x Jurema, me desculpei com Lalita e no final ficou tudo bem. Ufa!

O melhor do curso era comer o que fazíamos, claro. Além do mais, a turma era ótima e muito animada. Estávamos tão felizes no curso que, no domingo, fazendo uns pasteizinhos maravilhosos, resolvemos presentear a professora com esse gatinho.


Bom, cozinhar bem ainda é exceção na minha vida, porque imaginem conviver com duas personagens doidas e gulosas dentro de mim.
Entretanto, comer bem e me divertir cozinhando são as regras para manter a nossa harmonia!!!







*Ela foi apresentada aqui em 5/7/16

Comentários

  1. Amei!
    Realmente essas alunas são sensacionais!!!

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  2. Adorei a crônica! Sou testemunha ocular dos micos que Jurema te fez passar lá no curso!!

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  3. Amiga, adorei a crônica. Parabéns !!! Carolina

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  4. Devo confidenciar que Jurema, de uma forma que não sei explicar, também me induziu ao cometimento dos mesmos micos...Beijos pra todas!

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  5. Gi, é o Serjão, do curso. Queria contatá-la, eis meu e-mail: pimentel.souza@uol.com.br
    Bjs.

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