Paguei Mico ou King Kong?


Meia dúzia de leitores que me acompanham, como não sei se todos conhecem a expressão, explico o que significa “pagar mico”. Segundo o Dicionário Informal significa “Passar vergonha, vexame. Passar por uma situação desagradável”. E “pagar King Kong”? É passar uma mega vergonha!
Assim, esclarecido o significado, vou listar algumas situações que aconteceram comigo em viagens e vocês, fieis leitores, avaliem se foi “mico”, “King Kong” ou nem um nem outro, ok?!
1 – A primeira vez que fiz uma viagem internacional foi para Buenos Aires e Montevidéu em 2009. Viajou comigo uma amiga que também estava estreando o passaporte. Voamos de Pluna, companhia na qual o lanche a bordo é vendido. No meio do voo para Buenos Aires, vimos o comissário entregando um folheto e logo supusemos que fosse o cardápio para o lanche. Assim que ele se aproximou, dissemos: “Não, gracias”. Ele nos olhou muito espantado, ignorou a negativa e nos entregou o tal papel. Era a Declaração de alfândega.
(   ) Mico          (   ) King Kong              (   ) Nenhum dos dois
2 – Perdi mamãe na Espanha. Mas a encontrei logo. Fomos de excursão para Portugal e Espanha em 2011 e todo e qualquer lugar em que passávamos havia “povo como lixo”. Avisei-a zilhões de vezes para ficar perto de mim, para prestar atenção e não se perder, para não ficar conversando no caminho e nos afastarmos do grupo e assim por diante. Em vão. Saímos de um jantar com show de dança flamenca junto com zil pessoas e lá ia ela conversando no caminho com quem da nossa excursão passasse por nós: “show lindo, é?”, “que roupas!”, “adorei a Paella” e por aí vai. As pessoas comentavam alguma coisa e seguiam para o nosso ônibus. Na trigésima puxada de conversa, eu disse que me adiantaria para o ônibus e segui sem ela. Algum tempo depois, chega a última passageira. A dita cuja havia entrado em vários ônibus erradamente procurando por nosso grupo.
(   ) Mico          (   ) King Kong              (   ) Nenhum dos dois
3 – Ainda nessa mesma viagem, fizemos amizade com um professor de Arte que viajava sozinho e, com ele, fomos à Fundação Joan Miró em Barcelona. Fomos lanchar após a visita e nos oferecemos para levar um café para o amigo. Após pedir nosso lanche, mamãe começou a falar que o café expresso na Europa vinha pouquinho. Falava sem parar em Português e fazia o gesto de “pouquinho” com os dedos. O atendente compreendeu a situação e ofereceu para colocar água quente no café do amigo. Por sorte, corrigi a tempo a confusão e impedi que meu amigo bebesse um café aguado.
(   ) Mico          (   ) King Kong              (   ) Nenhum dos dois
4 – Em 2012 fiz uma excursão para o Leste Europeu, na qual visitei seis países e não sei quantas cidades no caminho. Foi muito bom, mas cansativo, pois mudávamos de hotel a cada dia. Em uma manhã bem cedo, já no final do percurso, eu estava com muito sono e fui gastar o meu Inglês com a garçonete do hotel: Where is the brain ? – ela me olhou muito espantada, eu fiquei confusa até perceber e corrigir: I mean, the bread...”. Traduzindo: "Onde está o cérebro? Quero dizer, o pão".
(   ) Mico          (   ) King Kong              (   ) Nenhum dos dois
5 – Nessa mesma excursão, quando visitamos Viena, fomos a um lindo parque no qual está a estatua de Johann Strauss (autor de inúmeras valsas, incluindo O Danúbio Azul). Bom, quando digo fomos, refiro a duas amigas mineiras que conheci viajando. Ao chegarmos lá, havia uns cem japoneses tirando fotos ao lado da estátua. Ou seriam chineses? Ou sul coreanos? Enfim. Eles se alternavam rapidamente e ninguém mais conseguia fotografar a estátua ou fotografar-se com ela. Após um tempo, cansamos de esperar e minha amiga decretou: “Pula na frente da estátua para tirar logo essa foto!”. Assim eu fiz como vocês devem ter notado na foto que ilustra esse texto.
 (   ) Mico         (   ) King Kong              (   ) Nenhum dos dois
6 – Tive meus inúmeros vidrinhos (quase) apreendidos no aeroporto de Londres como comentei recentemente. Eram remédios, amostras grátis de produtos de beleza, perfumes, batons e outras tralhas. Fui salva pela colega de viagem que tinha um saco plástico sobrando. O fato é que nunca mais viajo com tantas miniaturas na bolsa.
(   ) Mico          (   ) King Kong              (   ) Nenhum dos dois

Gostaria de sua sincera opinião, caro leitor.

Comentários

  1. Agradável e muito bem redigido, o texto é também didático, pois nos instrui a não pagarmos algum mico semelhante ou mesmo um King Kong. Lembra-se da nossa viagem de 2012, quando, de bobeira, levei um tombo em Berlim que me custou uma ida ao hospital? Pois bem, aquilo sim foi um Gozilla :(

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Deixe seu comentário, dica ou sugestão. Leave your comment, tip or suggestion.