Mas, quando desembarquei
sozinha no aeroporto JFK, deu frio na barriga. Respirei fundo, espantei o medo
e localizei o estande do supershuttle,
um sistema de vans que leva várias pessoas de acordo com a localidade de seus
hotéis. Esse modo de sair do aeroporto é mais barato (22 dólares) que o taxi
individual (65 dólares), só que demora mais porque você pode ser uma das
primeiras ou uma das últimas pessoas a desembarcar. Como o vôo chegou às seis
da matina e o check in seria às três
da tarde, não havia motivo para ter pressa.
Tive muita sorte de chegar
ao hotel às nove e o quarto estar pronto. Mas, quando entrei no lugar que ficaria seis dias, tive o
momento de frio na barriga parte II, pois tinha uma metrópole a explorar
sozinha! Enrolei um pouco para sair rumo a minha nova aventura, organizei as
roupas no armário e as tralhas femininas no banheiro, olhei o mapa e meu
roteiro várias vezes, respirei fundo parte II e saí. A partir daí, tudo fluiu
numa boa. De fato, a cidade e fácil de andar, ruas e avenidas numeradas e com a
indicação E e W (East or West) nas
placas. Isso é muito legal e seria mais útil se eu soubesse quem é quem: leste ou
oeste. Ora, se mal sei ler mapas, imagina se saberia de que lado fica o que.
Bom, mas fui pela numeração e deu tudo certo.
Vou falar sobre a cidade,
meu roteiro e minhas impressões em outro texto. Esse é para encorajar viajantes
a não deixarem de viajar se não tiverem companhia. Aliás, sempre que ouço a
mesma pergunta “por que você viaja sozinha?”, uso sempre a mesma resposta: “as
pessoas que chamo pra viajar ou já conhecem o lugar, ou não tem férias na mesma
data que eu ou não tem dinheiro”. Bom, em alguns casos as pessoas querem que eu
mude a data ou o destino, o que nem sempre é possível porque eu me organizo com
antecedência. Fora que, não correria o risco de fazer isso e a pessoa furar
comigo depois. Nada garante que, mudando o meu roteiro ou minha data, terei
companhia para viajar. Logo, se quero viajar, viajo. Simples assim.
A sorte que tive na chegada
à cidade me abandonou no final: meu voo foi cancelado. Eu viajaria sábado à
noite, mas só embarquei domingo de manhã. Frio na barriga parte III, pois não
compreendi muito bem o que falavam sobre o que faríamos nesse meio tempo. Falo
inglês, mas não com fluência, o que me deixou confusa por um tempo, mas a
respiração profunda parte III me acordou para o fato e me juntei a outras
pessoas confusas. A American Airlines nos deu vouchers para o jantar, para o traslado ida-volta para o hotel e
para o hotel. Perfeito se não fosse feriado na cidade (Memorial Day) e se não estivesse tudo lotado. Quem entendeu logo a
situação, partiu para pegar os vouchers
e conseguiu bons hotéis. Quem ‘comeu mosca’ como eu, foi para Nova Jersei, a
uma hora de Nova Iorque e ficou em um motel, que lá mantém a concepção original
de motor hotel, ou hotel de beira de
estrada.
Perdi a conta de quantas vezes
minha barriga congelou e de quantas respirações profundas tive que fazer para encarar
a situação numa boa, afinal eram trezentas pessoas na mesma situação e não havia
espaço para chilique, muito menos pânico. Enfim, o medo não é um bom conselheiro
e o jeito foi se adaptar à situação e encarar como mais uma historia para contar.
Ao final das contas, as pessoas que estavam comigo no traslado eram bacanas, tomamos
conta uns dos outros e domingo já éramos a ‘família Swan’, nome do motel.
Por fim, quero recomendar um
site super bacana sobre mulheres que
viajam sozinhas: Mulheres do Mundo. Esse link direciona para um texto que fala exatamente sobre
perder o medo de viajar sozinha. Super recomendo o site e especialmente esse texto, no qual
ela descreve uma situação parecida com uma que já vivi: ela ouviu na Itália: “Sem marido?”,
eu ouvi em Cancún: “Você é casada? Não? Por que não é casada?”. Ai, preguiça que
eu tenho de machismo...
Quando for assim pode me falar, Gisele, pois este ano mesmo eu não vou viajar nas férias de julho porque não tenho companhia. E a cidade que eu iria seria Nova York por causa dos preços em conta das passagens aéreas. Bjs!
ResponderExcluirLegal, Anke! A gente se fala sim. bjkas
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