Não vi os punks! – Londres, agosto de 2014

Antes de viajar, pesquiso bastante sobre o(s) lugar(es) por onde passarei; gosto de saber um pouco da História, olho mapas, simulo trajetos a pé por meio do Google Maps, vejo o clima na época em que viajarei e assim por diante. Não poderia fazer diferente em relação a Londres e a Inglaterra como um todo*. Sobre esse país fantástico, que já foi um dos maiores Impérios da História, aprendi muito lendo a trilogia O Século, de Ken Follett, que abrange as duas Grandes Guerras, passando pela Guerra Fria até a queda do Muro de Berlim. Também ajudou na pesquisa assistir a série The Tudors, sobre Henrique VIII, suas seis esposas e a transição de país Católico a Anglicano.

Para saber sobre o mundo londrino na atualidade, recorri a guias comuns e especializados sobre a cidade e ao blog Londres para Principiantes, de uma brasileira que mora lá e é casada com um inglês. Bastante útil e contém dicas sobre transportes, passes para atrações, a troca da guarda e assim por diante. O que eles não contam, mas é fundamental que você saiba: ao andar de metrô, GUARDE O BILHETE, pois você precisará dele para sair da estação!

Assim que cheguei à cidade, fui ao Museu de História Natural (NaturalHistory Museum), cujo prédio e o enorme esqueleto de dinossauro que ocupa toda a sua extensão na entrada já valem a visita (foto). De resto, é simpático para quem se interessa pelo assunto, pois há enorme variedade de animais (esqueletos ou empalhados) e sua respectiva estória, habitat natural etc. Possui uma estátua de Darwin, o que ratifica que é, de fato, para os aficionados. A loja do museu é cheia de bichinhos fofinhos, boa para comprar lembrancinhas para crianças.

Na mesma rua está o museu Victoria e Alberto (Victoria and AlbertMuseum), que também ocupa um prédio lindo. Só pude ficar lá dentro por cinco minutos, pois estava fechando. Pareceu-me interessante, mas não a ponto de voltar lá outro dia já que meu tempo era escasso e havia ainda uma lista de coisas a ver.

Seguindo mais adiante, está a loja mega uber chique Harrods, para a qual a palavra luxo é pouco. Há várias sessões de joias e entre elas, as mulheres rycas de burca! Por baixo daquele monte de pano, muito ouro, meu povo! Fora as sessões de roupas, perfumes e tudo o que esse tipo de loja de departamentos oferece. A sessão de comidas e bebidas é enorme e variada e há balcões para fazer “uma boquinha” por lá mesmo.

Detalhe curioso: a loja é da família Al-Fayed, cujo membro mais conhecido é Emad El-Din Mohamed Abdel Moneim Fayed. Não ligou o nome à pessoa? Ele era conhecido como Dodi Al-Fayed, ou o namorado da Princesa Diana, e estava com ela no carro no dia de sua morte em Paris. No subsolo da loja, há um memorial ao casal. Desculpem-me os adoradores da princesa, mas o que a loja tem de luxuosa, o memorial tem de cafona... Pronto, falei!

Mas não acredite que o luxo te impede de sassaricar pela loja, ora bolas! Afinal, no meu caso, deu até para comprar uma máscara para cílios (também conhecida pelas mais antigas como rímel) e uma latinha de chá. Repare na cara de felicidade de uma pobre fazendo cara de rykeza! Repare também nos lustres e mármores do chão. 

No dia seguinte lá fui eu para Palácio de Buckingham. A troca da guarda é às 11h30min, mas às 11h já começa o movimento. Do Palácio de Saint James ao lado, que também é guardado pelos famosos soldadinhos, os guardas vão marchando até o Palácio de Buckingham onde se juntam aos colegas que lá estavam. Uma dica para quem quiser tirar boas fotos sem muita confusão é ficar mais próximo do Saint James e clicar os guardas em marcha. A troca de turno oficial dura cerca de 30 minutos e inclui uma banda tocando músicas clássicas.
Bom, tudo lindo e maravilhoso se eu não tivesse seguido a dica da recepcionista do hotel e não tivesse ido a pé por dentro do Kensington Gardens (ao lado do Hyde Park)... Se eu sou enrolada com mapas e suas ruas, imagina dentro de um lugar sem ruas ou placas? É obvio que me perdi lá dentro e consequentemente perdi a trocada guarda! Dei muitas voltas até sair do parque e seguir rumo ao palácio. Não fiquei triste não, afinal, os jardins são lindos.
Para saber tudo sobre esta cerimônia ou se você é enrolada/o como eu e não saberia ou não conseguiria chegar a tempo, assista https://www.youtube.com/watch?v=kzctIZreoWQ&feature=player_embedded

Dentre os monumentos do Kensington Gardens, há o memorial ao príncipe consorte Alberto, marido da Rainha Victoria, onde foi filmada uma cena de piquenique na quarta temporada do seriado Downton Abbey com as fantásticas atrizes Maggie Smith e Shirley McLaine. Aliás, esse seriado é um retrato preciso da aristocracia inglesa e seus costumes no início do século XX. Há também as relações trabalhistas, um pouco da questão irlandesa, a Primeira Guerra e as mudanças que ocorreram no pós Guerra.

Após tirar as devidas fotos do Palácio de Buckingham, rumei para Trafalgar Square, praça agitada e cheia de artistas de rua. Lá está a Galeria Nacional (National Galery), um dos mais importantes museus da Europa, lugar gratuito e que abriga mais de 2.300 quadros. Fiquei fascinada com as coleções dos séculos XV, XVI e XVII, quando vi Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Raphael, Rembrandt, Caravaggio, Velázquez entre outros mestres. Pulei dois séculos até chegar aos Impressionistas. Não consigo descrever minha felicidade ao ver algumas obras de Van Gogh, Degas, Paul Cézanne, Monet entre outros. 

Do museu, fui andando até a Oxford Street, rua de muito comércio. Entrei rapidamente no bairro chinês para comprar a lembrancinha nossa de cada viagem e segui adiante. Muita loja, mas o preço em Libra não é convidativo. Valeu o passeio. Finalmente sentei em um Pub para tomar uma cerveja e descansar um pouco. Peguei o metrô tranquilamente para voltar ao hotel. Pode-se comprar o tíquete unitário em máquinas, mas só com moedas.

No terceiro e último dia, peguei o ônibus turístico para ver a cidade do alto. Nesse havia um guia falando ao vivo e a cores. Melhor do que os que têm mensagens gravadas porque quando há engarrafamento, muitas vezes, o áudio não coincide com o local que o ônibus está passando. A população toda do ônibus desceu no Palácio de Buckingham e eu segui sozinha com o guia, um senhor muito simpático. Apesar de toda sua simpatia, só compreendi 10% de tudo o que ele foi explicando, devido ao seu forte sotaque! Mas isso não estragou o passeio e eu consegui entender o mais importante: ao invés de seguir dentro do ônibus no engarrafamento até meu destino final, a Torre de Londres, eu deveria descer no ponto indicado por ele e seguir a pé. UAU! Bola dentro! Desci perto de uma galeria cheia de restaurantes e à beira do Rio Tamisa. Almocei e fui beirando o rio e batendo fotos com ótimos ângulos tanto da Torre quanto da Ponte.


Atravessei a Ponte da Torre (abaixo) e cheguei à Torre de Londres (Tower of London) ao lado, símbolo de mil anos da história real britânica, local que já foi prisão e palácio e hoje é onde se guardam as joias da Coroa. Como viajei no verão, supus que a cidade estaria lotada como todas as capitais europeias nessa época. Então, já saí do Brasil com o tíquete comprado pela internet. 
Mas, não tem jeito, não pegar fila para comprar o bilhete não me livra da multidão que circula em todos os pontos turísticos! 
Fiquei um bom tempo na fila esperando para ver as joias da Coroa. 

Tudo muito lindo. Fora isso, há exposições sobre a vida dos séculos passados em todos os cantos do prédio. Vi armas, machados para decapitação, roupas, reprodução de moradia medieval e assim por diante. Na série televisiva The Tudors, volta e meia alguém é preso nessa Torre e perde a cabeça (literalmente). Não é ficção não, a série retrata o irascível Henrique VII! Ah, mas nem tudo é desgraça! Mulheres, visitem a lojinha com réplicas das joias da Coroa. Um mimo.


Dali, peguei o barco que o tíquete do ônibus dava direito e fui até a Roda Gigante gigantesca (EDF Energy London Eye). Mas antes de curtir a Roda, fui ver o Big Ben (nome do sino do relógio que fica no prédio do Parlamento) e ali perto também está a Abadia de Westminster. Não entrei, pois não pesquisei antes sobre ingressos, já era tarde, eu ainda iria à Roda e estava longe do hotel.

Também comprei no Brasil o tíquete para a atração e, nesse caso, valeu a pena, pois comprei o fura-fila, um pouco mais caro, mas eficiente. A Roda impressiona pelo gigantismo e tecnologia. Em cada cápsula cabem umas vinte pessoas, há espaço para circular e ver todos os ângulos da cidade e você não sente que está girando.  
Na foto abaixo, vê-se o Big Ben.



Fiz as coisas que queria fazer nos três dias que estive em Londres, mas fiquei com gosto de quero mais. Mas retornar a um país caro e de moeda forte como esse vai demorar. Faltou visitar vários lugares, dentre eles, o Bairro Camden, dos brechós e dos punks... Mas caso eu tivesse ido, um amigo recomendara-me mil vezes: “não tire fotos dos punks, pleaaaase!”

*A viagem à Londres antecedeu a excursão da ABREUTUR chamada Reino Unido e Irlanda. Fiquei em Londres sozinha, antes de encontrar a excursão, com a qual segui para algumas cidades da Inglaterra, Escócia e Irlanda.

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